Asteraceae – Dasyphyllum Kunth

Árvores, subarbustos ou arbustos, eretos ou escandentes, homoicos, andromonoicos e ginomonoicos. Ramos cilíndricos, projeções espinescentes axilares, 2, persistentes ou caducas, retas ou curvas. Folhas simples, alternas, curtamente pecioladas, ápice acuminado, mucronado ou com projeções espinescentes, nervura acródroma basal, trinervada, pentanervada ou pinada.

Inflorescência com capítulos solitários ou em panículas, corimbiformes ou não; capítulos discoides, homógamos ou heterógamos; invólucro campanulado, turbinado, ápice mucronado ou com projeção espinescente. Receptáculo plano ou convexo, pubescente, paleáceo, páleas lineares, ápice triangular, involuto. Flores homomorfas, raro heteromorfas, bissexuadas, raro unissexuadas por atrofia do androceu ou do gineceu, 5 a 80, homomorfas ou heteromorfas, corola tubulosa, bilabiada e ligulada, pentalobada, todas incisões dos lobos da corola isométricos ou com uma ou duas incisões mais profundas, raro três incisões profundas e duas superficiais, tubo interno e externo da corola indumentados ou glabros, lobos da corola externamente glabros ou hirsutos, estames 5, anteras oblongas, curtamente sagitadas, com apêndice basal bilobado, apêndice apical emarginado ou bilobado, ramos do estilete curtos, obtusos a arredondados, papilosos. Cipsela obovoide, turbinada a cilíndrica, densamente hirsuta ou velutina, pápus plumoso, de cerdas lineares ou de cerdas paleáceas, alargadas, ambas plumosas.

Dasyphyllum é um gênero sul-americano, que ocorre desde a Argentina até a Venezuela. Compreende cerca de 40 espécies e tem ao leste o Brasil como centro de diversidade, onde ocorrem 23 espécies. Dasyphyllum é subdividido em dois subgêneros, Archidasyphyllum e Dasyphyllum, que são caráterizados pela presença de folhas com uma única nervura central e anteras com apêndice apical obtuso ou emarginado para o primeiro subgênero e folhas com 3 ou 5 nervuras acródromas basais e anteras com apêndice apical bilobado para o segundo. O subgênero Dasyphyllum possui duas seções, Macrocephala e Microcephala, das quais pertencem as espécies que ocorrem no Brasil.

Este é considerado um dos gêneros de Asteraceae mais complexos do ponto de vista taxonômico, pois ocorre grande
plasticidade morfológica, sobreposição de caracteres, além da possível presença de espécies crípticas e em muitas espécies ocorre queda das partes vegetativas e reprodutivas in vivo, o que dificulta a delimitação entre as espécies. Ao
longo do tempo isso produziu grande quantidade de identificações erradas nos materiais de herbário.

No estado de São Paulo foram encontradas 13 espécies do gênero. Podemos diferenciar Dasyphyllum dos outros gêneros da tribo pela presença de projeções espinescentes axilares, capítulos discoides, multifloros, flores homomorfas, se heteromorfas, não diferenciadas em flores do raio e flores do disco, receptáculo paleáceo e anteras com apêndice apical bilobado ou emarginado e antera curtamente sagitada. O gênero mais próximo filogeneticamente de Dasyphyllum é Arnaldoa Cabrera.

Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.

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